As startups são as empresas que melhor incorporam e transmitem os conceitos-base do mercado do século XXI. Segundo o geógrafo Milton Santos, vivemos no período técnico-cientifico-informacional, ou seja, com a globalização e, na sequência, a explosão da internet, o modelo de produção industrial foi gradativamente sendo abandonado para dar lugar a um modelo marcado pela massificação global e cujas bases se apoiam nos referidos conceitos.
Dessa forma, podemos definir uma empresa startup como aquela que se encontra no começo de sua atuação no mercado e que reúne um grupo de pessoas em busca de um modelo de negócio inovador, capaz de ser repetitivo e útil em um cenário dominado pela incerteza.
Fato é que a grande maioria das startups faz sucesso no mercado, e exemplos de empresas que começam pequenas e hoje dominam uma grande porção de seu segmento de atuação ou de grandes empresas que utilizam os princípios de startups para crescer são abundantes no mercado.
Neste artigo vamos nos concentrar em um princípio extremamente importante das startups, e que pode ser utilizado em todas empresas para obter melhores resultados no mercado: a cultura da aprendizagem, mais especificamente a capacidade de utilizar informações provenientes de falhas para aprender de forma rápida e colher melhores resultados.
A cultura da aprendizagem, fracassos e sucessos
O que nos faz animais racionais, diferentes de outros, é a nossa capacidade de aprender e aplicar essa aprendizagem na vida prática, o que também é valido para empresas, já que elas são constituídas de pessoas.
O grande diferencial das startups é que nelas há uma cultura voltada ao estímulo da aprendizagem. Ter essa cultura implica em fomentar boas práticas, como o pensamento sistêmico (capacidade analítica do contexto especifico e global, bem como suas relações), visão e modelos mentais compartilhados, domínio pessoal de cada colaborador sobre si mesmo e aprendizagem em grupo.
A partir dessas boas práticas está cientificamente comprovado que diversas mudanças ocorrem no contexto organizacional da organização que as adota. Os colaboradores percebem a empresa como um espaço para a troca, pois são estimulados a trocar experiências com seus colegas das mais diversas naturezas.
Dessa forma, a cultura da aprendizagem propicia que os colaboradores recebam um grande número de informações de forma extremamente rápida. Por sua vez, essas informações são utilizadas para traçar planejamentos estratégicos que, apesar de serem desenhados para obter sucesso, pode fracassar no mercado.
Mas isso não é algo ruim, pois o fracasso permite tirar conclusões e ter insights sobre o que deveria ser feito para que o sucesso fosse alcançado. Além disso, o planejamento é feito de uma forma que permite obter mensurações de resultados precisas, e modificações rápidas e mesmo seu cancelamento pode facilmente ser feito.
Isso significa que no contexto de startups e outras empresas que adotam seus princípios, o modelo de negócio é mais barato e mais funcional, pois nelas um produto pode ser lançado em curto prazo, diferente de grandes empresas, que requerem um planejamento de meses ou mesmo anos para lançar um produto ao mercado.
O mais interessante disso tudo é que, mesmo que as startups não obtenham sucesso no mercado da primeira vez, ainda assim os esforços gerarão retorno, pois ele resultará em informações vitais para a aprendizagem da equipe e o sucesso futuro da organização.